COMO CHEGAMOS

Estávamos na estação central de Amsterdã e pegamos um trem para Delft. 

A viagem dura cerca de 1h e custa 15 euros. 

Dica: Para ver informações sobre os trens e ônibus na Holanda, recomendo baixarem os respectivos apps:

• NS (Noderlandse Spoorwegen) 
• 9292

ONDE FICAMOS

HISTÓRIA E CURIOSIDADES

História de Delft

Delft é uma cidade próxima a Haia e Roterdã, localizada no estado "South Holland" e possui 103 mil habitantes. É conhecida por ser a cidade onde Guilherme de Orange, pai da Holanda, foi assassinado. Sua tumba se encontra na Nieuwe Kerk. Também é a terra natal de Vermeer, o pintor holandês mais famoso do século XVII; ele foi sepultado na Oude Kerk. E por último, mas não menos importante, também é conhecida por suas cerâmicas azuis. 

Cerâmica azul

Eu já tinha ido na Holanda algumas vezes e nunca entendi porque tinha tanta souvenir com essa cerâmica azul e branca. E dessa vez, indo em Delft descobri o porque! :)

Delft é famosa por sua cerâmica azul, também chamada por Delft Blue. Em 1550, a moda no mundo da cerâmica era a Majolica, um tipo de cerâmica de origem italiana e espanhola. Muitos desses ceramistas viviam na Antuérpia, mas com a ameaça dos conquistadores espanhóis, acabaram fugindo para Delft e levaram o conhecimento da produção de cerâmica para lá. Anos depois, a Companhia das Índias, começou a trazer para a Holanda a porcelana Chinesa, que era super valorizada pelas famílias ricas. Os ceramistas de Delft, buscando competir com esse produto importado, desenvolveram um material utilizando 3 tipos de argilas diferentes, e o resultado ficou muito parecido com a porcelana chinesa. 

A cerâmica de Delft alcançou sucesso mundial e a cidade foi o maior centro de produção dela. No apogeu tinham 33 fábricas; hoje em dia só existe a Royal Delft, que é onde também se encontra o museu. Obs: A cerâmica de Delft na teoria não é uma porcelana, devido ao material que é feita. 

Várias partes da cidade remetem à cerâmica azul. Perto do Prinsenhof museum tem postes decorados com desenhos azuis, a Rua Bonte Ossteeg tem um arte também inspirada na cerâmica...

MARKT

Começamos o dia na Markt, a praça central de Delft, onde fica a prefeitura (Stadhuis) e a Igreja (Nieuwe Kerk). É uma das maiores praças históricas da Europa e conta com vários edifícios históricos. Hoje a maioria deles são lojinhas e restaurantes. Existe um mercado semanal no Markt às quintas-feiras, das 09h às 17h - tradição que acontece desde o século XII. 

STADHUIS:

É a sede do governo da cidade. É um edifício de estilo renascentista com venezianas vermelhas e data de 1618. Foi construído após a antiga prefeitura ter sido incendiada e quase completamente destruída - apenas a torre "Het steen" sobreviveu. A parte mais antiga do complexo é o campanário. O projeto do edifício foi feito pelo arquiteto Hendrik de Keyser, que foi quem fez a tumba de Guilherme de Orange na Nieuwe Kerk também.

A torre Het Steen já foi utilizada como prisão e seu prisioneiro mais famoso foi Balthasar Gerards, o homem que assassinou Guilherme de Orange.

NIEUWE KERK:

A Igreja foi construída no final do século 14, em 1381. Ela foi a segunda Igreja em Delft depois da Oude Kerk e por isso foi chamada de Nieuwe Kerk (Igreja nova). Aproximadamente cem anos depois da sua construção, um relâmpago atingiu a torre. Ela foi reconstruída, mas com um design diferente do original. Ela permaneceu intacta até o final do século 19, quando foi novamente atingida por um raio. Dessa vez, a torre foi reconstruída utilizando arenito. No entanto, o arenito reage com chuvas ácidas e a torre tem ficado preta desde então. Depois dessas várias renovações, a torre alcançou sua altura atual: 108,75 metros, sendo a segunda torre de Igreja mais alta da Holanda (perdendo apenas da torre de Utrecht, que tem 112 metros). É possível subir na torre, são 376 degraus.

A Nieuwe Kerk é conhecida pelas suas tumbas reais. Quase todos os membros da família real holandesa são enterrados nela, sendo a cova mais famosa a do Guilherme de Orange.

A Igreja parece um museu e tem várias plaquinhas contando um pouco da história holandesa e da família real. A primeira impressão que tive é que ela é muito "clean" e diferente das Igrejas convencionais que eu conheço, com poucas imagens e esculturas, com suas paredes meio brancas, bancos muito simples e sem um altar. E aí descobri que em 1596 teve a fúria iconoclasta, em que símbolos católicos como santos, altares e confessionários foram destruídos e as paredes pintadas de branco pelos protestantes. A Igreja atualmente é protestante.

OOSTPOORT

Seguimos na Rua Oosteinde direto e chegamos no Oostpoort, onde fica um dos velhos portões de Delft. É o último portão da cidade que sobrou - de um total de oito portões que compõe a fortificação do século XV de Delft. Atualmente é uma casa privada e uma galeria de arte. Achei essa região muito agradável de caminhar, tendo muita área verde no entorno.

Voltamos pela Rua Zuiderstraat e tinham várias boat-house - eu adoro passar por elas! Seguindo na Zuiderstraat tem um centrinho comercial com várias lojas.

MOOLEN DE ROOS

Do Prinsentuin, fomos até o Delft Windmill de Roos. Estava quase fechando, mas deixaram a gente entrar. A entrada é de graça e você pode dar a contribuição que desejar. É um moinho ainda em funcionamento, ele mói trigo orgânico em farinha. É o único moinho remanescente dos 18 que existiam em Delft. No seu interior são 7 andares com escadas bem inclinadas de um andar para o outro. O seu topo é aberto e possui uma vista linda da cidade. Como chegamos mais tarde, as pessoas já estavam fechando o local, então não o vimos em funcionamento. Mas valeu muito a visita.